Este projeto teve como objetivo o desenvolvimento de recursos midiáticos educacionais para utilização por estudantes e professores em museus, centros de ciências e, sobretudo, planetários. Os recursos midiáticos educacionais desenvolvidos podem ser utilizados On-Line, através deste site, ou na Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro, nas unidades Gávea e Santa Cruz, zona sul e oeste do Rio de Janeiro, respectivamente, e têm como intuito levar os conhecimentos básicos e necessários à compreensão da Astronomia.

Planetários no Brasil

Existem no Brasil cerca de 50 planetários fixos e outros tantos móveis, perfazendo um total de aproximadamente 100 espaços dedicados à educação não-formal, com ênfase na divulgação da Astronomia e das ciências afins. Estes planetários são ligados a universidades federais, estaduais, prefeituras e, alguns poucos, a instituições privadas, e estão, em sua maioria, em contato através de uma rede colaborativa pela Associação Brasileira de Planetários (ABP). Os planetários são espaços que atendem aproximadamente um milhão de estudantes, sendo que cerca de metade deste montante é devido à atuação da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro, também conhecida como Planetário do Rio.

O Planetário do Rio possui três cúpulas, perfazendo um total de 441 lugares em cúpula de projeção. Duas destas cúpulas estão localizadas na unidade principal, no bairro da Gávea, e uma em sua unidade avançada no bairro de Santa Cruz, região de baixo Índice de Desenvolvimento Humano na periferia do município. Duas destas três cúpulas são dotadas do moderno sistema de projeção digital no formato fulldome imersivo, sendo que a cúpula Pedro II (em Santa Cruz) foi a primeira cúpula digital aberta ao público no Brasil. Além disso, há igualmente um grande número de museus e centros de ciências que poderão ser beneficiados. Ainda, o iPlanetário permite ampliar o alcance do Planetário através da Web, possibilitando o contato com Astronomia em lugares remotos.

Objetivos do Projeto

O Objetivo geral do projeto consistia em:

  • Desenvolver uma plataforma interativa e recursos midiáticos para planetários, que sirvam como guia ou itinerários para professores e alunos dos diversos segmentos escolares. Além disso, os recursos midiáticos disponíveis podem ser utilizados também por Centros de Ciências que assim desejarem, como recursos informativos e ilustrativos de fenômenos científicos para alunos e visitantes em geral.

Além do objetivo geral, definimos também os seguintes objetivos específicos do projeto:

  • Introduzir temas relacionados com Astronomia, a partir de uma abordagem interdisciplinar;
  • Disponibilizar informações necessárias à compreensão da Astronomia aos frequentadores de planetários;
  • Atender a demanda de planetários, centros de ciência e outros espaços culturais por conteúdos específicos;
  • Apoiar a formação de professores;
  • Gerar recursos midiáticos de fácil compreensão;
  • Propor materiais desafiadores que contribuam para a ressignificação de conteúdos e para um processo de ensino-aprendizagem lúdico.

Justificativa Pedagógica

Assim como outras ciências, a Astronomia faz parte do currículo escolar seguindo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) em diversas séries. Porém, o seu ensino ainda esbarra em um reduzido número de profissionais preparados para ministrar essa disciplina e, mesmo fenômenos simples encontrados nos PCN, como as fases da lua, as estações do ano e eclipses são explicados, muitas vezes, de forma inadequada. Os recursos midiáticos propostos possuem um conteúdo abrangente de Astronomia que são explicados de forma simples, permitindo que visitantes (incluindo professores e alunos) tenham sempre à mão um guia para compreendê-la.

Justificativa técnica

A característica mais interessante do desenvolvimento de software é a possibilidade que ele abre para a convergência das diferentes mídias. Texto, som, imagem estática e em movimento, todos os formatos audiovisuais como, por exemplo, documentários, recursos de simulação e animação, representações gráficas, organizados hipertextualmente, potencializam ao máximo a capacidade das mídias de propiciar aprendizagem. Além disso, o software, dividido em animação e simulação, abrange uma série de artefatos nos quais a utilização do computador e um nível variável de intervenção do usuário em procedimentos de caráter pedagógico auxilia o aluno no processo de aprendizagem. O desenvolvimento de animações e simulações pode estabelecer o contato científico através de uma abordagem lúdica, aguçando a curiosidade pelos temas.
O software é capaz de fornecer um ambiente para simulação de experimentos que não podem ser reproduzidos em sala de aula, devido a restrições físicas, econômicas ou mesmo de periculosidade. Assim, é possível representar/simular virtualmente processos e fenômenos usando linguagem metafórica, representações conhecidas para os estudantes ou aproximações fiéis do que acontece em dimensões de realidade de difícil observação. Partindo dessa percepção consideramos que do ponto de vista das habilidades envolvidas no ato de aprender, os formatos do software educacional procuram estimular a imaginação, o controle de variáveis e de etapas de uma observação ou experimento, a formulação de hipóteses, a tomada de decisão e a verificação de resultados. Deste modo, contribuem para uma aprendizagem intuitiva, para a ressignificação de conteúdos e para um processo ensino-aprendizagem lúdico.

Conclusão

Acreditamos que estudantes e professores do Brasil possam ser atendidos a partir dos pontos de distribuição dos materiais digitais educacionais, localizados no Planetário do Rio e, possivelmente, em museus, centros de ciências e planetários existentes no território nacional e On-Line. Além de atender a demandas de Planetários (em especial o Planetário do Rio), os recursos midiáticos educacionais contribuem para a formação de professores e com as escolas que, em geral, contam apenas com iniciativas isoladas para a introdução de temas relacionados à Astronomia na sala de aula. Com isso, os resultados, avanços e aplicações realizadas são fundamentais para:

  • Levar os conhecimentos básicos e necessários para a compreensão da Astronomia aos professores e alunos da rede de ensino (pública e privada), seguindo os Parâmetros Curriculares Nacionais;
  • Preencher uma lacuna que existe na formação dos professores dos ensinos fundamental e médio;
  • Motivar jovens para que no futuro escolham uma carreira científica;
  • Difundir a Astronomia.

Do ponto de vista técnico, o desenvolvimento da plataforma permite:

  • Desenvolvimento e integração de novos recursos midiáticos educacionais que atendam as necessidades de alunos, professores e visitantes de planetários e museus;
  • Ampla divulgação e utilização no Estado do Rio de Janeiro e nacional.